Compartilhar é Preciso!

O sentimento de dividir alguma coisa com alguém está cada vez mais presente nas relações humanas do mundo contemporâneo. Essa ideia de utilizar algo e não necessariamente possuir um bem, me parece que é um reflexo das relações mercantis que predominam em todos os cantos do mundo e nas principais necessidades humanas.

Senão, vejamos:

Os aplicativos de transporte fizeram uma mini revolução na forma como nos deslocamos nas cidades. A premissa básica desses prestadores de serviço eletrônico é utilizar e não possuir um veículo. Nessa área temos ainda, hoje em dia, a possibilidade alugar um carro e pagar mensalmente pelo uso sem a necessidade de comprar esse automóvel.

Na área de hotelaria também tivemos inovações espantosas: a maior rede de hospedagem do mundo não possui nenhum hotel próprio! (Airbnb). Os aplicativos desse setor permitem às pessoas alugar a totalidade ou parte de sua própria casa, como uma forma de acomodação extra e oferecendo experiências de hospedagem em quase todos os lugares do mundo...algo impensável alguns anos atrás.

Os chamados serviços de streaming (transmissão, em português) são outro exemplo de compartilhamento, nesse caso de informações e dados que são oferecidos na forma de entretenimento bem conhecidos pela maioria das pessoas. Os canais de áudio e vídeo mais assistidos e ouvidos atualmente não existiam há quinze anos atrás (ex.:  Youtube, Spotify, Netflix, Prime vídeo, etc.) e isso também vem reforçar a tendência de utilização e não a posse de conteúdos físicos (cd´s, dvd´s, pen drive, etc.).

As moradias passam por transformações mais lentas, mas também consideráveis. Cresce a cada dia no mundo inteiro a ideia de compartilhamento de casas particulares agrupadas em torno de um espaço comum. O conceito de cohousing (co-lares, em português) é o de uma comunidade intencional onde os espaços compartilhados geralmente apresentam uma casa comum, que pode incluir uma grande área de cozinha e sala de jantar, lavanderia e espaços de lazer. O espaço ao ar livre compartilhado pode incluir estacionamento, passarelas, espaço aberto e jardins. Os vizinhos também compartilham recursos como ferramentas e cortadores de grama.

Os exemplos resumidos acima demonstram uma tendência mundial: a tecnologia quando direcionada positivamente resulta em novas mentalidades sobre o relacionamento humano e também sobre o consumo consciente. Essa nova forma de convivência no planeta passa por repartir com o outro e como somos todos seres sociais, o futuro nos indica: compartilhar é preciso! 

Vivemos numa grande teia de relações e o que acontece do outro lado do mundo, pode demorar um pouco, mas com certeza chega até nós... e essa pandemia que vivemos confirma o pensamento do educador canadense ”não há passageiros na nave espacial Terra; somos todos tripulação”.

E isso tudo para termos uma IDEIA sobre as capacidades humanas.

Abraços e até a próxima.